Semipi acompanha visita da ministra dos Povos Indígenas ao Paraná 24/11/2023 - 20:00

Na última quarta-feira (22), em Foz do Iguaçu, no Oeste, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, anunciou um termo de cooperação com a presidência de Itaipu Binacional para a reparação de direitos dos indígenas paranaenses Avá Guarani, impactados pela construção e funcionamento da usina a partir dos anos 1970.

O anúncio ocorreu durante o I Seminário Internacional Mundo Guarani, na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). O evento reúne acadêmicos e indígenas paranaenses e paraguaios.

Na sede da instituição, a ministra se reuniu com o presidente da hidrelétrica binacional, Enio Verri, e com o secretário de Justiça e Cidadania do estado, Santin Roveda. A Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi) foi representada pela diretora de Igualdade Racial, Povos e Comunidades Tradicionais, Clemilda Santiago Neto, e pela chefe de gabinete, Aline Betenheuser.

“Há uma dívida histórica com esse povo, que foi duramente impactado. Agora nós estamos acompanhando toda essa discussão e esse diálogo para que a gente possa garantir essa política de reparação”, disse a ministra. 

A diretora da Semipi reforçou que a partir da criação do Conselho Estadual dos Povos Indígenas do Paraná, por meio da Lei 21.430/2023, representa um marco crucial na construção de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa com a diversidade, pois desempenhará um papel fundamental na promoção dos direitos, na preservação da cultura e na proteção dos seus territórios, contribuindo significativamente para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. 

“Significa a voz coletiva que fará ecoar, os interesses e preocupações das comunidades indígenas perante todas as instâncias de poder, estabelecendo um diálogo institucionalizado, o que, com certeza irá contribuir com a formulação de políticas públicas que respeitem os direitos fundamentais dos mesmos, abordando suas necessidades específicas, e reconhecendo suas contribuições para a formação da sociedade nacional e paranaense”, afirmou.

O povo Avá Guarani foi impactado com o alagamento de aldeias e inundação de locais sagrados quando usina de Itaipu foi concluída, em 1982. À época, uma área de 135 mil hectares foi inundada, levando à remoção de mais de 40 mil pessoas, entre indígenas e não indígenas. A violação de direitos desses indígenas foi reconhecida em junho pela empresa. 

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