Pela primeira vez na história, o Estado do Paraná prestou uma homenagem aos povos ciganos no dia em que é celebrado o Dia Nacional do Cigano, nesta quarta-feira (24). O evento foi realizado pela Secretaria da Mulher e Igualdade Racial (SEMI), no Palácio das Araucárias. Além da secretária de Estado, Leandre Dal Ponte, o evento contou com a participação de lideranças ciganas e representantes de diferentes grupos étnicos, que trouxeram suas perspectivas e experiências para enriquecer os debates.

Durante o evento, os representantes das associações dos povos ciganos do Paraná, apresentaram as demandas para garantia dos direitos fundamentais desta parcela da população e definiram os eixos temáticos para a construção de políticas públicas. Estavam presentes ciganos das duas etnias presentes no Estado do Paraná, os Roms e o Calons, da APRECI (Associação de Preservação da Cultura Cigana), COMCIB (Coletivo de Mulheres Ciganas do Brasil), e Confederação Brasileira Cigana.

A secretária da Mulher e Igualdade Racial do Governo do Paraná, Leandre Dal Ponte, destacou a importância da união, do respeito e da educação para a construção de um estado democrático e inclusivo. Ela também ressaltou o papel da secretaria em promover uma mudança cultural e um olhar empático e tolerante para as diferenças.

“O governo do Paraná reconhece e valoriza os povos ciganos e todos os povos e comunidades tradicionais do nosso estado. Por isso, criou na nossa secretaria um espaço de diálogo, de união, de acolhimento e de pertencimento para que todos possam participar e contribuir com as políticas públicas”, afirmou Leandre.

A secretária Executiva Nacional da Confederação Brasileira Cigana, Nardi Casanova, afirmou que ainda há muitos desafios para serem enfrentados, no entanto a criação de uma secretaria estadual dedicada à igualdade racial e aos povos tradicionais é um motivo para celebrar.

“Muito gratificante ver a união da comunidade cigana e seguir nessa trilha para buscar realmente os direitos desse povo”, disse Nardi.

O presidente e fundador da Associação de Preservação da Cultura Cigana do Paraná (APRECI/PR), Claudio Iovanovitchi, também reconheceu o trabalho do governo para dar visibilidade ao grupo.

“Fico feliz que esteja sendo ainda na minha geração este momento histórico, considerando a luta da APRECI desde 1995 para sermos reconhecidos enquanto cidadãos brasileiros de origem cigana”, afirmou Claudio.

A representante do COMCIB, Tatiane Iovanovitchi, afirmou que busca, também a valorização das mulheres ciganas, não apenas como mães, mas também como protagonistas da sua história. Tatiane também falou sobre a importância de retransmitir a cultura cigana e a valorização das mulheres para suas filhas.

“Estou muito orgulhosa e feliz neste momento. Depois de muitos anos e de estudar a minha história, que alguns aqui conhecem, vim para fazer a diferença”, completou.

PRESENÇAS – O evento contou, também com a participação do diretor-geral da Casa Civil, Luciano Borges, a diretora da Igualdade Racial e Povos Tradicionais, Clemilda Santiago, o secretário do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), Orlando Pessuti, a diretora de políticas públicas para Mulheres da SEMI, Mariana de Sousa Machado Neris, o superintendente-geral de Diálogo e Interação Social, Roland Rutyna, o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça e Proteção aos Direitos Humanos, Olympio Sottomaior, Maurício Cristo, presidente da Federação Nacional dos Ciganos do Brasil (Fenadruci).