Governo do Estado leva debate sobre violência política de gênero para Umuarama 16/05/2024 - 16:11

A participação feminina em espaços de poder ainda é um desafio. O percentual de candidatas do sexo feminino tem aumentando nas últimas eleições municipais, mas pouco ultrapassa o limite estabelecido por cota. Se em 2008 20,43% das candidatas eram do sexo feminino, em 2020 o percentual foi de 33,68%.

O cenário é mais desanimador, na distribuição de eleitos. Apenas 14,5% de eleitos em 2020 eram do sexo feminino, pouco acima dos 11% registrados nas três eleições anteriores. Ao compararmos os quatro últimos mandatos municipais, entre 2008 e 2020, embora os números não sejam tão expressivos, a tendência é de crescimento entre as mulheres – saltando de 455 eleitas em 2008, para 677 candidatas em 2020. Os dados são do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).

Haja vista esse cenário, bem como a discussão sobre a participação das vozes femininas nas eleições, a construção de sociedades inclusivas e a importância da Justiça Eleitoral na garantia de direitos políticos de mulheres, o Governo do Estado, representado pela secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, levou à Umuarama o “IV Seminário de Violência Política de Gênero: Precisamos falar sobre isso”, evento realizado em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) e a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Paraná (OAB-PR).

Para a secretária Leandre, a violência política de gênero é um obstáculo que limita a presença feminina em espaços de poder e, consequentemente, isso impacta no desenvolvimento da nossa sociedade. “O que estamos fazendo não é uma coisa de mero acaso, mas um tema a ser discutido. O governador Ratinho Júnior criou, em 2023, a Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa. Muito avançamos em um ano, mas o caminho em tantas frentes, incluindo essa, é longo e a luta precisa ser constante. As mulheres sofrem com a falta de estrutura e rede de apoio para terem voz em diversos espaços, por isso esse diálogo que temos construído precisa ser encarado como algo sério, para que políticas públicas sejam cada vez mais frequentes e deem a voz que elas precisam”, destacou.

Na mesa de abertura do evento, a desembargadora eleitoral Andrea Fabiane Groth Busato, membro substituto da corte do TRE-PR, apontou a violência política de gênero como um problema preocupante não só no Brasil, mas também no mundo. “Essa violência pode ser física ou verbal, como no caso do assédio ou da difamação. É fundamental ter um compromisso sério por parte dos governos, dos partidos políticos e da sociedade em geral e fazer valer as leis existentes, além de implementar outras normas e políticas públicas que protejam as mulheres contra a violência política – uma mudança cultural para educar a sociedade e desconstruir os estereótipos de gênero”, comentou.

O próximo seminário sobre violência política de gênero está previsto para Cascavel, no dia 21 de junho.

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