Estado e Funai discutem prioridades para população indígena do Paraná 19/04/2022 - 18:00

Nesta terça-feira, 19 de abril, Dia do Índio, o Governo do Estado promoveu um encontro entre representantes da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho do Paraná (Sejuf), Funai, Superintendência Geral de Diálogo e Interação Social (Sudis) e Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Consepir).

Foram tratadas diversas questões indígenas, com destaque para o uso de R$ 2,5 milhões do Fundo da Infância e Adolescência (FIA), na modalidade fundo a fundo, para investimentos nas Casas de Itinerância das prefeituras, além da continuidade de incentivo à escolarização e acesso à cultura dos povos indígenas, o que conta com apoio também da Secretaria de Comunicação Social e da Cultura e das sete universidades estaduais. A criação de um Conselho Estadual da Pessoa Indígena também fez parte da pauta da reunião.

Os recursos para as Casas (antigas Casas de Passagem) foram liberados pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. A ideia é dar novas condições para as prefeituras hospedarem o povo indígena de acordo com suas reais necessidades, oferecendo-lhes condições dignas e em conformidade com sua cultura. Muitas estão inativas e podem ser reativadas com esse investimento. As prefeituras devem manifestar interesse junto à Sejuf.

"Temos o compromisso de tratar o índio com o respeito que ele merece. Neste encontro buscamos identificar as demandas imediatas da comunidade indígena paranaense e de maneira imediata buscar soluções. Temos mais de 25 mil indígenas no Estado e o objetivo é proporcionar vida digna para aqueles aldeados e os que estão nos centros urbanos”, disse o secretário de Justiça, Família e Trabalho, Rogério Carboni.

“Temos o maior interesse em apoiar a causa indígena porque é vontade do governador e é vontade nossa também. O Estado do Paraná mantém diálogo frequente com os povos e comunidades tradicionais, temos a Superintendência Geral de Diálogo e Interação Social justamente para garantir esse acesso às políticas públicas. E queremos trabalhar cada vez mais integrados ao governo federal e aos municípios”, completou Denilton Laurindo, presidente do Grupo de Trabalho de Povos e Comunidades Tradicionais (GT) da Sudis.

“Assim como o negro, o índio é vítima de muitas injustiças sociais nesse País. Temos que acabar de uma vez por todas com isso no Paraná. Cabe a nós atuar no sentido de mudar essa realidade”, acrescentou o presidente do Consepir, Saul Durval da Silva.

Luciana Peruzzo, da Funai, ressaltou que no Paraná 30% das famílias indígenas têm o artesanato como fonte de renda e 20% vivem da agricultura familiar. O desafio é apoiar outras formas de acesso à economia formal, como o Estado tem feito com o Bolsa Qualificação Cultural.

"Precisamos criar novas alternativas de renda para contribuir para a sobrevivência dos indígenas no Paraná. Cooperativas como a Coamo, em Maringá, estão vivamente interessadas na produção do agricultor indígena oferecendo engenheiros para dar amparo técnico aos nossos indígenas. Esse trabalho também envolve o IDR-Paraná e outros órgãos do Estado”, disse.